Glamour Filosófico

Estamos aqui para: - restituir o glamour da filosofia. - provar que a filosofia é glamourosa [Tentamos colocar aqui uma definição de glamour, mas por restrições técnico-numéricas pedimos por favor consultar: http://www.etymonline.com/, palavra: glamour]

Sunday, November 12, 2006

Arcos e flechas que se abatem sobre nós: Éros e Afrodite! Salve Ártemis e Apolo!

Caros, estava eu a pensar em nossa existência. Hábito que ultimamente se tem tornado um tanto quanto frequente em minha vida. E, de repente, intencionalmente, lembrei-me de uma poesia de Carlos Drummond de Andrade, um poeta com quem comecei a travar contacto no colégio a partir de um livro que ele houvera escrito para adolescentes, como eu. Bem, passaram-se os anos e na faculdade, certa vez, eu e Cauet recebemos a cópia de uma poesia de Claro enigma, chamada Relógio do Rosário.
Pois bem, os versos que transcreverei aqui, nos mostram, de alguma forma, a dureza sensível existencializando a certeza inteligível, que deixando de ser segura, ainda assim, nos torna capazes de termos em terra a divindade que há em nós mesmos: basta dar-lhe asas!

O amor elide a face... Ele murmura
algo que foge, e é brisa e fala impura.
O amor não nos explica. E nada basta,
nada é de natureza assim tão casta
que não macule ou perca sua essência
ao contato furioso da existência.
Nem existir é mais que um exercício
de pesquisar de vida um vago indício,
a provar a nós mesmos que, vivendo,
estamos para doer, estamos doendo.
Mas, na dourada praça do Rosário,
foi-se, no som, a sombra. O columbário
já cinza se concentra, pó de tumbas,
já se permite azul, risco de pombas.

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